Mais de 7 meses após seu início, não é novidade que a pandemia acelerou diversas tendências. Em praticamente todas as áreas houve avanço, estimado pelos analistas de cerca de uma década, principalmente em relação à tecnologia. E é justamente ela que traz a reboque um de seus efeitos mais positivos: a ampliação de ações responsáveis, visando a sustentabilidade na moda.
Essa, aliás, é uma tríade da qual todos ainda iremos ouvir falar, e muito. Tecnologia, sustentabilidade na moda e consumo, que hoje andam de mãos dadas e tem tudo para dar certo.
Conheça os principais rumos do consumo e qual deve ser o posicionamento das marcas.
Da ideia ao fato: o consumo consciente exige a sustentabilidade na moda
O consumo está cada vez mais consciente. Ações que tomaram forma devido à crise da Covid-19 já são preferências. Eventos online, desfiles 3D e provadores virtuais atendem às regras do distanciamento social, mas vão além.
Impulsionam o consumo consciente, que, por sua vez, incentiva a moda circular, a adesão ao slow fashion, aos couros veganos, aos tingimentos naturais, aos fios reciclados, às lavagens e à redução do desperdício com resíduos desnecessários.
Hoje são muitas as medidas possíveis e viáveis de sustentabilidade na moda e o público sabe disso. O cliente quer, e espera, mais das marcas: investimentos elevados em tecnologia, que evita prejuízos ambientais, transparência nos processos e boa vontade com o planeta.
Um ambiente doente produz doenças e mais do que nunca a humanidade tem noção da fragilidade do sistema.
Mudança de prioridades
Com a pandemia, as prioridades mudaram. Antes, a produção nociva à natureza já criava polêmica, mas conseguia manter a gola fora d’água. Hoje, o consumo com propósito deixa menos espaço para quem não se adaptar.
O movimento alcança todos os setores, mas o consumidor sabe que a indústria da moda e do luxo é gigante. A sustentabilidade na moda, então, passa a ser uma questão de sustentabilidade na vida.
Hoje, aumenta exponencialmente o número de pessoas que evitam comprar o que não é necessário, que buscam roupas que durem várias estações, que conferem a origem da produção, o tipo de tingimento, a transparência no processo produtivo.
A pandemia consolidou a busca pela informação. O consumidor quer saber, ler etiqueta, comparar processos. Ele faz diferença ao recusar uma compra não sustentável. O consumo mudou porque o relacionamento do comprador com as marcas mudou.
Novo normal, novo relacionamento com o consumidor
Nesse relacionamento, são as empresas que estão sendo impulsionadas pelos consumidores, não o contrário. Sai na frente as vanguardistas, que conseguem surpreender o público com atitudes inovadoras, criativas, humanizadas e solidárias.
A pandemia aumentou o foco sobre a sustentabilidade na moda, dando espaço a discussão da teoria para a prática, migrando dos meios especializados para as ruas, para as redes sociais. E a sustentabilidade também significa amor ao próximo, cuidado com os animais, com as comunidades, com o bem-estar dos funcionários e com processos mais limpos.
Ser sustentável também é ser sincero, companheiro, saber ouvir sugestões, mudar atitudes, entender críticas, estabelecer critérios.
O consumidor sabe que é preciso acabar com o espaço existente entre o discurso e a prática, e pune a falta de sustentabilidade na moda com o esquecimento da marca.
Identificação de marca deve refletir o DNA da empresa
Hoje é fácil acompanhar a trajetória das empresas, comparar ações entre elas e descobrir qual posicionamento é verdadeiro e coerente com o DNA de cada marca.
Por isso a identificação de marca deve ser clara, refletindo as mudanças de produção e a adequação aos novos parâmetros sustentáveis. O cliente precisa saber com quem está lidando desde o primeiro contato visual na arara – seja física ou virtual.
Afinal, a moda não pode se dar ao luxo de deixar o mundo, já tão degradado e doente, ainda mais poluído e enfermo.
É preciso alinhar expectativa com práticas do mercado
A sustentabilidade na moda se reflete na criação de medidas inovadoras, casadas com a tecnologia, mas principalmente na mudança de pensamento.
Estilistas e criativos em geral precisam estar alinhados com as novas necessidades do público, aprendendo a combinar conhecimentos, que tradicionalmente extrapolam o mundo da moda, para agregar valor à coleção.
Se esse cenário abre uma nova relação de consumo, que deslancha com a realidade virtual e a inteligência artificial (A.I), também cria novos campos no mercado de trabalho na indústria da moda.
Entretanto, da mesma forma que o cliente escolhe onde e de quem comprar, os profissionais mais alinhados com as novas perspectivas de sustentabilidade na moda também passarão a escolher as melhores empresas para empregar sua força de trabalho.
Sendo assim, é preciso alinhar às expectativas do consumo para ter uma equipe antenada às novas tendências, criar um ambiente saudável em todas as etapas da produção e garantir que a sustentabilidade na moda esteja presente no DNA da sua identificação de marca.
E você, quais as ações que você considera mais importantes para a sustentabilidade na moda? Aproveite para saber mais sobre o assunto e descubra como a moda circular pode influenciar futuro da indústria.