Tendências da Indústria da Moda para 2025

Tendências da Indústria da Moda para 2025

As tendências da indústria da moda para 2025 já estão moldando o futuro de marcas e consumidores, destacando a necessidade de inovação, sustentabilidade e adaptação às mudanças globais.

De acordo com o portal WGSN, exploramos as principais direções que influenciarão o setor, desde a maximização de recursos até a união da criatividade com a tecnologia.

 

Habilidades flexíveis: adaptando-se à era das crises

O momento atual é marcado por desafios globais constantes, e as marcas precisarão adotar estratégias baseadas em empatia e versatilidade.

Produtos e sistemas devem ser projetados para oferecer estabilidade e opções em tempos de instabilidade.

O público de 2025 estará cada vez mais estressado por crises recorrentes, e as marcas terão que oferecer soluções simples, úteis e adaptáveis.

O luxo, por exemplo, passará a ser mais associado à funcionalidade e ao alívio de pressões cotidianas do que ao preço. Além disso, estratégias personalizadas para atender às emoções dos consumidores serão essenciais.

Na prática: linha Adapt& da Reserva

A marca brasileira Reserva lançou a linha “Adapt&” em parceria com a Equal Moda Inclusiva, oferecendo 14 peças adaptadas para pessoas com deficiência (PcD). As roupas mantêm a aparência e qualidade dos produtos tradicionais da Reserva, incorporando adaptações como zíperes laterais em calças para facilitar o vestir, substituição de botões por velcro e punhos com botões de pressão, visando proporcionar maior autonomia ao público PcD.

Realidades sobrepostas: o físico e o digital

A convergência entre o físico e o digital é outra grande tendência da indústria da moda para 2025.

Novas tecnologias, como inteligência artificial e realidade aumentada, estão revolucionando a forma como produtos são criados, promovendo eficiência e personalização.

Nesse cenário, abraçaremos a ideia de estarmos todos conectados e equilibrados. Pessoas, empresas e governos continuarão usando “gêmeos digitais” — como avatares, influenciadores virtuais ou réplicas digitais de cidades — para se reinventar, resolver desafios do futuro e explorar novas possibilidades de maneiras nunca vistas antes.

Na prática: realidade aumentada da Walmart

A gigante varejista Walmart expandiu sua tecnologia de provador virtual com inteligência artificial, permitindo que os clientes utilizem suas próprias fotos para experimentar roupas virtualmente.

Anteriormente, os usuários podiam selecionar entre diversos modelos que se assemelhavam a eles em termos de aparência e tipo de corpo; agora, com o recurso “Be Your Own Model”, é possível fazer upload de uma imagem pessoal para visualizar como as peças de vestuário ficariam em seu próprio corpo.

Essa tecnologia utiliza visão computacional e redes neurais para analisar imagens de catálogo e gerar representações realistas das roupas nos clientes. O recurso está disponível para usuários do aplicativo Walmart.

Recursos repensados: sustentabilidade em primeiro lugar

Com a crise climática em foco, o esgotamento dos recursos naturais está impulsionando a busca por sistemas mais sustentáveis de produção e consumo.

Em 2025, práticas como biotecnologia, consumo consciente e economia circular estarão no centro das operações das marcas.

A inovação em materiais será um ponto-chave, com empresas investindo em alternativas como tecidos à base de micélio, bioplásticos e fibras recicladas.

Esses avanços não apenas ajudam a reduzir o impacto ambiental, mas também atendem às demandas crescentes de consumidores que priorizam a responsabilidade ambiental ao escolher produtos.

Sistemas circulares, como reciclagem de resíduos e reaproveitamento de materiais, serão cada vez mais necessários para reduzir a dependência de recursos finitos. Nesse contexto, a preservação do solo e da água ganhará destaque, e iniciativas para revitalizar ecossistemas naturais se tornarão parte integrante das estratégias empresariais.

Na prática: casaco de plástico reciclado da Stella McCartney

A grife Stella McCartney, em parceria com a empresa de reciclagem biológica Protein Evolution, apresentou um casaco inovador feito com plástico reciclado biologicamente, destacando avanços na sustentabilidade na moda.

O casaco utiliza um processo de reciclagem biológica que converte resíduos plásticos em novos materiais de alta qualidade, reduzindo o impacto ambiental.

A peça foi lançada durante a COP28 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), reforçando o compromisso da marca com práticas sustentáveis e a busca por alternativas que minimizem os resíduos plásticos na cadeia produtiva da moda. A iniciativa demonstra como a tecnologia pode ser uma aliada na construção de um futuro mais consciente para o setor.

Otimismo urgente: marcas como agentes de mudança

A crescente desconfiança em governos está colocando as marcas em uma posição de liderança social. Em 2025, as empresas precisarão adotar posturas ativistas, promovendo ações tangíveis para um mundo mais justo e sustentável.

A pressão por transparência e comprometimento com questões sociais exigirá que as marcas não apenas sigam legislações mínimas, mas também desenvolvam iniciativas próprias que inspirem confiança e credibilidade junto aos consumidores.

Essa transformação demanda uma abordagem focada em colaboração, onde parcerias estratégicas com ONGs, comunidades locais e outros stakeholders são fundamentais para construir impacto positivo.

Na prática: moda upcycled

O designer Bobby Kolade, conhecido por seu trabalho na Balenciaga, retornou a Uganda, seu país natal, para fundar a Buzigahill. A marca tem como missão revitalizar a indústria têxtil ugandense, que já foi próspera na década de 1970, e abordar os impactos ambientais e econômicos do comércio global de roupas de segunda mão.

A primeira coleção da Buzigahill, intitulada “Return to Sender”, consiste em roupas adquiridas no mercado de segunda mão em Uganda, que são redesenhadas e transformadas em novas peças com estética upcycled. Essas roupas são então enviadas de volta aos mercados dos Estados Unidos, Reino Unido e Coreia do Sul, de onde originalmente procediam.

Ao transformar essas roupas em produtos de alta qualidade destinados a mercados internacionais, Kolade não apenas revitaliza a indústria têxtil de Uganda, mas também promove uma abordagem mais sustentável e consciente na moda global.

Imaginação estratégica: a nova moeda do futuro

Deixando a Era da Informação para trás, 2025 será marcado pela “Era da Imaginação”. Ferramentas de IA e o metaverso abrirão caminhos para a criatividade, permitindo que marcas criem produtos e experiências revolucionárias.

Essa abordagem exige que a criatividade seja usada com propósito, unindo inovação e empatia. A fusão de mundos digitais e físicos também está redefinindo o que significa criar e consumir moda, levando a um ambiente onde histórias mais envolventes conectam marcas e consumidores de forma profunda.

Além disso, a imaginação estratégica será uma aliada na resolução de problemas globais, permitindo que empresas visualizem soluções que transcendam limitações atuais.

Ao integrar tecnologia, sustentabilidade e design humanizado, as marcas podem criar um futuro mais resiliente e adaptável. A adoção de tecnologias como impressão 3D e materiais inteligentes trará inovação aos processos, ao mesmo tempo que impulsiona o engajamento criativo dentro das equipes

Na prática: as roupas pixeladas da Loewe

A Loewe apresentou sua coleção “Pixel Capsule”, incorporando peças com design pixelado que desafiam a percepção visual.

A coleção possui padrões que simulam pixels ampliados, criando um efeito visual intrigante. Até mesmo a embalagem da coleção adota esse estilo, com formas inspiradas em videogames e pixels destacados. Jonathan Anderson, diretor criativo da Loewe, explicou que esses designs funcionam como “glitches” (falhas) na coleção, quebrando o foco em formas naturais.

 

 

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