A sustentabilidade na indústria têxtil está em alta nas discussões sobre o futuro do setor. A implementação de boas práticas alinhadas ao monitoramento da produção é um ponto crucial para o desenvolvimento responsável.
Em um momento de instabilidade e incertezas, a sustentabilidade na indústria têxtil se tornou assunto dos próprios consumidores, cada vez mais preocupados com o pesado impacto das formas de produção no meio ambiente.
A pressão não deixa dúvidas que, para manter a competitividade, o assunto deve ser levado a sério. As vantagens são muitas. Medidas práticas geram resultados significativos, vantajosos para a natureza, para a relação com o público-alvo e para a saúde financeira da empresa.
Várias têm se mostrado eficientes para a redução do impacto social e ambiental e estão ganhando adesão de um grande número de fabricantes, transformando positivamente a relação das empresas com o público.
Não existe sustentabilidade na indústria da moda sem economia dos recursos naturais
Economia de recursos naturais é fundamental para sustentabilidade na indústria da moda
De acordo com levantamento da ONG britânica Fundação Ellen MacArthur, a indústria do vestuário consome 93 bilhões de metros cúbicos de água por ano, cerca de 4% da captação mundial de água doce anual.
É preciso pesquisar materiais e desenvolver processos que reduzam o consumo e soluções químicas que melhorem a qualidade da água devolvida ao meio ambiente.
Por outro lado, a adaptação física das instalações com soluções que permitam maior entrada de luz natural e ventilação cruzada beneficiam tanto o meio ambiente quanto as finanças da empresa.
Uso de inovações inteligentes e tecnologia de ponta
O investimento em tecnologia de ponta e inovações inteligentes estão entre os pilares para a sustentabilidade na indústria têxtil.
Com foco no fim do desperdício, as máquinas já conseguem alinhar o aumento da qualidade da produção com a redução do impacto ambiental.
A inteligência artificial (IA) também é uma grande aliada da sustentabilidade na indústria têxtil. Empresas como a portuguesa Smartex, por exemplo, apostam alto nas inovações para acabar com o desperdício e o retrabalho.
A startup desenvolveu um sistema que detecta defeitos na produção já na tricotagem das malhas circulares através da IA. Os teares são monitorados com coleta de imagens, analisadas por algoritmos. Quando algum defeito é detectado, a produção é parada imediatamente.
Com isso, a redução dos resíduos têxteis defeituosos caiu quase a 0%, já que o problema é notado logo no início do processo, evitando gastos com matéria-prima, energia e água, além do tempo com o acabamento das peças.
Por outro lado, é importante também o investimento nas máquinas revisadeiras, que revisam a qualidade dos tecidos e a metragem recebida.
Educação e treinamento da equipe também evitam desperdício
Na empresa, é preciso adotar uma cultura organizacional baseada em um padrão operacional de combate ao retrabalho e ao desperdício, com foco na melhoria do controle de qualidade.
Os funcionários devem estar atentos a questões básicas que colaboram para a análise da geração de desperdício, permitindo que seja combatida na raiz, com questões como a quantidade de rolos inspecionados por dia, de amostras para conferência da gramatura, de peças que poderiam ser feitas com essas amostras e qual a taxa de desperdício de tecido.
Escolha dos materiais
Um dos pilares mais importante da sustentabilidade na indústria têxtil é a escolha dos materiais. Há várias alternativas sendo utilizadas com sucesso no mercado e ganhando a preferência dos consumidores de forma crescente.
- Poliéster reciclado – Os fios de poliéster reciclados são produzidos através de garrafas PET. Além de reduzir a quantidade das garrafas jogadas no meio ambiente e em aterros sanitários, peças como as etiquetas de poliéster reciclado também são recicláveis, evitam o uso de matéria-prima importada ou fabricada e ainda agregam valor às peças;
- Sou de Algodão – Nascido em 2016, o movimento procura conscientizar sobre o consumo responsável através da união de todos os agentes da cadeia produtiva e da indústria têxtil do algodão, do homem do campo até o consumidor em busca de uma jornada ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente responsável;
- Refibra – Produzida pela austríaca Lenzig e considerada de alta performance, a Refibra é produzida a partir dos resíduos de celulose, madeira e algodão, materiais com alto potencial de reutilização;
- Tricô 3D – Através de uma máquina de tricô 3D, a italiana Bennetton desenvolveu o conceito de fio único: as peças são confeccionadas a partir de um único rolo, sem emendas e com desperdício zero.
Adoção do modelo de economia circular na moda
O aproveitamento de material têxtil dispensado durante a produção é uma solução que visa a sustentabilidade na indústria têxtil de uma forma bastante criativa.
A correta destinação de resíduos têxteis abre um leque de opções interessantes. Uma delas é a parceria com iniciativas sociais, como cooperativas de costureiras e artesãos, nas quais os retalhos são reaproveitados na produção de peças novas, tanto no vestuário, quanto como acessórios ou decoração.
Os retalhos também podem ser reorganizados a partir de novos processos de fiação, para compor detalhes de novas coleções de moda.
Além disso, outro modelo de moda circular são os bazares, onde peças de coleções antigas são oferecidas com desconto, ou mesmo a criação de brechós, com o reaproveitamento de peças usadas.
A sustentabilidade na indústria têxtil é um caminho sem volta, que atende às urgentes necessidades do meio ambiente, aos novos hábitos de consumo e tem reflexos sociais, ambientais e econômicos positivos.
Dentro deste conceito, veja como o diferencial do fio de poliéster reciclado nas etiquetas colabora para a sustentabilidade no mundo da moda!