O Met Gala 2025 surpreendeu o mundo da moda com um espetáculo de elegância, representatividade e crítica cultural.
Realizado no dia 5 de maio, o evento trouxe à tona a importância da moda como instrumento de identidade com o tema “Superfine: Tailoring Black Style”.
O que é o Met Gala e o que ele representa
Criado em 1948 por Eleanor Lambert, o Met Gala é a principal arrecadação de fundos para o Costume Institute do Metropolitan Museum of Art, em Nova York.
Com o tempo, tornou-se um dos eventos mais prestigiados e influentes do calendário fashion, reunindo celebridades, designers, artistas e líderes culturais em um tapete vermelho onde a criatividade não tem limites.
A cada ano, um tema é definido para guiar tanto os figurinos dos convidados quanto a exposição do Costume Institute.
O tema do Met Gala 2025 – Superfine: Tailoring Black Style
Com curadoria de Andrew Bolton e inspiração no livro “Slaves to Fashion”, de Monica L. Miller, o Met Gala 2025 mergulhou no universo do dandismo negro, uma expressão cultural em que homens negros usam a moda como forma de resistência, orgulho e afirmação da identidade.
Este movimento tem registros desde os séculos XVIII e XIX até hoje, em diferentes países. Mas ganhou força especialmente na República Democrática do Congo, com os Sapeurs: homens que usam ternos coloridos e estilos refinados para afirmar dignidade e celebrar a cultura negra com orgulho.
Ao se vestirem com elegância, estilo e sofisticação, mesmo diante do racismo e da exclusão, eles transformam a aparência em uma forma de protesto e empoderamento.
A palavra “Superfine” faz referência a um tipo de lã britânica de altíssima qualidade, muito usada por homens negros nos séculos passados para expressar sofisticação e desafiar padrões raciais impostos pela sociedade.
O tema conecta passado e presente, reforçando o papel da moda na construção da identidade negra.
Principais tendências nos figurinos do Met Gala 2025
As produções do Met Gala 2025 trouxeram à tona uma estética poderosa, marcada por referências históricas e reinvenções contemporâneas.
- Alfaiataria impecável: cortes precisos e estruturados dominaram o tapete vermelho, reverenciando a elegância do dandismo.
- Volumes e proporções dramáticas: capas, saias plissadas, ombreiras exageradas e caudas longas traduziram o poder visual da moda.
- Afrofuturismo: elementos tecnológicos e referências africanas tradicionais se encontraram em looks que narravam o orgulho da ancestralidade e a visão de futuro.
- Cores simbólicas: o preto, o branco e o rosa foram muito utilizados, tanto por sua sofisticação quanto por seus significados políticos e afetivos.
Os Looks Icônicos do Met Gala 2025
Um detalhe que chamou atenção foi a presença de etiquetas personalizadas com os nomes dos artistas costuradas nas peças de alta-costura, uma prática que reforça a identidade individual dentro de criações de grandes marcas.
Essa personalização de alto nível conversa com um movimento crescente na moda: o de valorizar o detalhe, o exclusivo, o feito sob medida.
As etiquetas não só carregam o nome da marca, como contam histórias e reforçam o posicionamento de quem veste e de quem cria.
Confira os destaques:
Rihanna
Sempre uma das mais esperadas da noite, a cantora revelou sua terceira gravidez com um look de Marc Jacobs, em referência às silhuetas do início do século XX. A artista usou uma capa volumosa com detalhes em babado e um toque dramático de elegância dândi.
Doja Cat
Doja também escolheu Marc Jacobs, com um macacão estampado e ombreiras exageradas inspiradas nos anos 1980. O visual traduzia sua intenção de parecer uma “madame excêntrica”, nas palavras da própria cantora.
Tracee Ellis Ross
A atriz e modelo americana apareceu com um traje oversized da mesma grife. O look trazia formas geométricas, textura e uma presença imponente, verdadeira manifestação visual do tema proposto.
J Balvin
O cantor usou um terno rosa salmão assinado por Marc Jacobs, decorado com um broche Bird on the Rock da Tiffany & Co. O colombiano trouxe também uma perspectiva latina ao evento, reforçando a pluralidade da estética negra. Ao seu lado, a esposa Valentina Ferrer usou um vestido justo com estampa de poás, caracterizado pela cintura exagerada típica dos designs de Marc Jacobs.
La La Anthony
A atriz vestiu uma peça de arquivo da coleção Outono/Inverno 2020 da Off-White, criada pelo falecido fundador da marca, Virgil Abloh. O conjunto era composto por um vestido de tule branco sobreposto a um bustiê preto sem alças e calças de alfaiataria, criando uma silhueta que mesclava glamour e sofisticação.
Kamala Harris
A vice-presidente dos EUA fez sua estreia no Met Gala com um vestido da Off-White, criado por IB Kamara. A peça combinava sofisticação, leveza e presença com uma saia plissada, manga estruturada e um longo lenço embutido, tudo em preto e branco. A escolha foi simbólica e representou o poder da moda na política e na representatividade.
O Met Gala 2025 foi mais do que uma vitrine de luxo e sofisticação — foi um manifesto visual que homenageou a contribuição negra à moda com potência e criatividade. Com looks impactantes, narrativas históricas e atenção aos detalhes como etiquetas personalizadas, o evento reafirmou que moda é cultura, política e identidade. E que cada escolha, por menor que pareça, carrega consigo um significado profundo e transformador.
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