O mundo da moda parece ter entrado, definitivamente, em uma nova era: a da sustentabilidade. Em 1989, o artista plástico e carnavalesco Joãozinho Trinta já anunciava em entrevista ao O Globo: “Vamos surpreender pela opulência dos restos” (em referência ao desfile da Beija-Flor de Nilópolis naquele ano). E o Sambódromo daquele carnaval fez história. Trinta e dois anos depois é justamente o que se vê cada vez mais nas passarelas de todo o mundo.
Mundo da moda cada vez mais exige criatividade sustentável
Na contramão do consumo pelo consumo, o mundo da moda vive mais que um momento eco fashion. A enorme responsabilidade social da indústria têxtil no meio ambiente e o impacto gerado pelo descarte de toneladas de sobras de tecido e roupas velhas anualmente torna a questão relevante demais para ser passageira.
Para quem é novo no mundo da moda ou busca uma forma de alinhar a marca aos novos hábitos de consumo, os estilistas mais famosos estão dando um banho de exemplos bem-sucedidos.
Hoje, buscar inspiração nessa luta contra o desperdício e exercitar a criatividade autoral com a reciclagem de tecidos é uma verdadeira exigência do mundo da moda.
Sobras escapam do lixo e levam luxo relevante para a passarela
O mundo da moda sempre fez parte do problema ambiental e agora precisa ser parte da solução. Mas o tempo urge e quem não adaptar a marca para as novas demandas sustentáveis vai ficar para trás.
Grandes nomes já perceberam que é preciso correr atrás do tempo perdido. Hoje conquistam verdadeiras embaixadoras do mundo da moda sustentável com modelos de cair o queixo.
Emma Watson é uma delas. Em 2016 a atriz já fazia questão de aparecer em eventos com modelos deslumbrantes produzidos com algodão orgânico da Dior, fios feitos de garrafas plásticas Calvin Klein e sobras de tecido de Eile Saab. O figurino totalmente feito com tecidos reciclados de sua personagem em “A Bela e A Fera” (2017), aliás, foi exigência sua.
Detalhes criam diferenciais de marca alinhados à demanda sustentável
No novo mundo da moda, aliás, cada detalhe importa, faz diferença. Etiquetas, cadarços e aviamentos se tornam diferenciais com grande poder de identificação de marca. É o exemplo do zíper de material reciclado no vestido da atriz Margot Robbie, em evento há mais de cinco anos.
É da mesma época, a propósito, o primeiro Green Carpet Fashion Awards, que estreou em meio à Semana da Moda de Milão. Na vanguarda da sustentabilidade no mundo da moda, levaram modelos luxuosos para a passarela verde nada menos que marcas como Prada, Valentino, Gucci, Fendi e Giorgio Armani.
A iniciativa, em parceria com a Eco-Age, conta ainda com premiação aos novos talentos, que desde o primeiro evento já mostrava a importância da criação de uma nova geração de estilistas mais alinhados às necessidades do planeta.
É o luxo relevante fazendo diferença no mundo da moda sustentável.
Tecnologia acelera a busca por soluções sustentáveis
Como uma das mais poluentes do planeta, a indústria da moda tem agora que ser um dos maiores agentes de mudança. O glamour deve ser sustentável e as soluções têm sido aceleradas por tecnologias inovadoras.
O assunto, no entanto, vai muito além dos fios de poliéster reciclado, da responsabilidade com os resíduos têxteis e do reaproveitamento de sobras. Passa também pela geração de empregos, remuneração justa da mão de obra, reconhecimento dos artesãos tradicionais e das oportunidades tecnológicas.
É preciso uma visão holística do assunto para não correr o risco de cair na superficialidade. A criação de um mundo da moda sustentável não é uma questão de tendência, mas de necessidade urgente de mudança para todos.
É um exercício de autoconhecimento para transformações reais, perenes e funcionais que abram caminho para uma moda cada vez mais circular, inclusiva e amiga do meio ambiente em todas as suas formas.
Aproveite para saber mais sobre a necessidade das marcas se adaptarem à sustentabilidade no mundo da moda e inspire-se com as iniciativas.