O IMPACTO DO EMPODERAMENTO NO INVERNO 2018

O IMPACTO DO EMPODERAMENTO NO INVERNO 2018

 

 

Impactante e reluzente foi o posicionamento da semana de moda internacional, para o inverno 2018. Marcas exuberantes como Saint Laurent e Balmain imprimiram sua personalidade ainda mais extravagante em modelagens sensuais e tecidas ultra ousados. Lamê e lurex, foram apreciados por boa parte das principais grifes na semana de moda, mesmo as mais conceituais, como Dries Van Noten e Lemaire.

Estamos vivendo um reflexo feminista globalizado, e não é de hoje que as tendências que vemos nas ruas são expostas nas passarelas. Mulheres independentes reivindicando seus direitos sempre se fizeram presentes para ícones como Yves Saint Laurent, que em 1967 lançou, duas versões do seu primeiro Le Smoking, consagrando-se como revolucionário do guarda-roupa feminino.

É difícil de acreditar que em 1960 e 1970, as mulheres não podiam sair de casa usando calças. E quando iam contra essa lei, eram barradas nas entradas dos estabelecimentos. Como conta no livro ‘50 Ícones que inspiram a moda’, Nan Kempner foi barrada no restaurante, O La Côte Basque em NY, porque estava usando um Le smoking. Em resposta, ela tirou a calça e caminhou decidida para dentro do restaurante vestindo apenas o paletó, reaproveitado como um vestido ultracurto. “Para uma mulher, Le Smoking é uma peça indispensável, com a qual ela está sempre na moda, porque se trata de estilo, e não de moda”, disse Saint Laurent. “Modas vêm e vão, mas estilo é para sempre”. 

O atual diretor criativo da Saint Laurent, Antony Vaccarello anunciou em um comunicado para a imprensa que seu desfile foi baseado na musa de Yves, Paloma Picasso, que inspirou a coleção “Escândalo” de 1972. Bem como o smoking, um casaco de marinheiro e um vestido específico com mangas exageradas que o designer criativo recriou com maestria, mantendo a grife com apelos sociais e uma sensibilidade rock´n roll impecável.


Camisas de lamê dourado também foram aderidas, e as jaquetas jeans com apliques de patches destacaram ainda mais a mulher ultra sexy, da grife. Ombros de fora, um dos peitos à mostra e somente o mamilo coberto com um adesivo em forma de estrela, muita transparência, mini vestidos drapeados de lamê dourado e aqueles feitos em patchwork preto, misturados com rendas em mangas e ombros caídos igualmente foram destaques na Saint Laurent de Vaccarello.

Olivier Rousteing, diretor criativo da Balmain, seguiu a mesma linha de raciocínio da mulher extremamente sensual, já característicos da label. Um exército de sensualidade adentrou às passarelas, com o ar carregado do heavy metal. Muitas peças extravagantes, que já é de se esperar de Rousteing, destacaram-se. Mas a novidade veio no látex, no lamê e nos blazers em piqué duplo. Os jeans foram minuciosamente decorados com bordados, franjas metalizadas que se misturaram aos fraques de croco, tricôs em lurex, botas de couro e camurça, que mais pareciam calças, deram o tom às peças assimétricas com as cinturas bem  marcadas.
 

O conceitual Dries Van Noten, acrescentou cores vibrantes, formas geométricas, modelagens amplas e vestidos esvoaçantes, que se misturaram aos atuais conceitos da marca. Vale ressaltar que Dries vem da terceira geração de uma família de alfaiates, onde suas condecorações são reflexos da quantidade de prêmios que coleciona em seu desfile número 100, para a Paris Fashion Week, coleção de inverno 2018.
 

A força do discurso social foi evidente nestes desfiles, conforme o Jornal o Folha de São Paulo, do 21 de janeiro de 2017: “a marcha das mulheres que vão contra os conceitos e dizeres do atual presidente dos Estados Unidos, reuniu aproximadamente 500 mil manifestantes com gorro cor de rosa”.

A marca Lemaire seguiu seu conceito da mulher forte e discreta, que vai às ruas com uma cautela nos exageros, característicos da personalidade parisiense. Os designers Chirstophe Lemaire e Sarah Linh, investiram nos vestidos com a cintura marcada e saias drapeadas e assimétricas. Já as calças surgiram amplas, com volume excêntrico nas cores brilhantes como o prata, que acompanhou as camisas clássicas cinzas. Inovando nos tecidos brilhosos em látex.

Sobre o Lurex e o Lamê:


O lurex é um tipo de tecido molinho que fez muito sucesso nas épocas das discotecas, na década de 1970 por ser feito com fios metálicos na trama. O tecido tem caimento fluído e um leve brilho quando em movimento. Já o lamê é um tecido que tem um brilho mais metálico, tendo em sua composição finas lâminas prateadas.

 

 

Compartilhe

Junte-se a nossa lista de leitores.


    Ao informar seus dados, você concorda com a Política de Privacidade.