A sustentabilidade no mundo da moda é um caminho sem volta. A pandemia fez com que o tema saísse dos núcleos de vanguarda e se tornasse pura necessidade. Os novos hábitos de consumo deixam bem claro que as marcas que não se adequarem tendem a perder espaço.
Em compensação, outras já entenderam o recado e estão investindo fundo em inovações que servem de exemplo e inspiração para outras tantas.
Para quem não quer ficar de fora dessa renovação no mundo de moda, vale a pena conhecer o que algumas marcas estão fazendo. Quem sabe não surgem ideias transformadoras para levar mais sustentabilidade para seus negócios e aumentar sua presença no mercado?
Mundo da moda com pegada biodegradável: conheça a iniciativa da Florita Beachwear
A marca carioca Florita Beachwear está investindo fundo no mundo da moda sustentável: só produz peças com 70% de material biodegradável, reciclável ou de origem orgânica.
Mas a ideia de melhorar o meio ambiente não para por aí. Em parceria com a Aldeia São Vicente do Rio Humaitá e a Pipa Social, a marca produz moda agênero, eco-friendly e atemporal através de uma cadeia de trabalho sustentável.
Amaro aposta nas embalagens sustentáveis e tecidos reaproveitados
Há muito material sustentável disponível para suprir o mundo da moda. É o que mostra o projeto Amaro Cores, da marca de moda digital.
Todos os materiais plásticos das embalagens são provenientes de descarte recolhido das praias de todo o país por uma empresa especializada, parceira de cooperativas de catadores de lixo.
A marca também oferece dois tipos de embalagens sustentáveis, um envelope com papel 100% reciclável e caixas de papelão que também podem ser recicladas.
O projeto engloba ainda o reaproveitamento de tecidos em novas peças, produzidas por mão de obra artesanal parceira em vários pontos do país.
Farm: economia circular e uma sucessão de projetos
Bem antes da pandemia a Farm já se preocupava em ser amiga do meio ambiente. Em 2019, por exemplo, toda a linha jeans já era 100% produzida com algodão responsável brasileiro e com lavagem feita apenas com produtos que comprovadamente não agridem o meio ambiente.
Os números mostram a assertividade da iniciativa: são 47% de economia no consumo de água, 46% no de energia elétrica e menos 1,3 Kg de CO² emitidos na atmosfera.
Por outro lado, o tingimento, que é responsável por um dos processos mais poluentes do mundo da moda, também passou a ser feito com produtos atóxicos.
A marca incentiva ainda economia circular através de parceria com o brechó online Enjoei e tem collab com a Insecta Shoes para a produção de calçados ecológicos e veganos a partir de peças vintage e sobras de tecidos da Farm.
Mercado de luxo também adere à moda sustentável
Esse caminho sem retorno da sustentabilidade no mundo da moda também já chegou às marcas de luxo. Para não perderem competitividade, muitas já adotaram medidas mais éticas e benéficas ao meio ambiente para se alinharem aos novos hábitos de consumo.
A Kering é uma delas. A empresa francesa, sediada em Paris, é simplesmente a holding de marcas como a Gucci, Balenciaga, Stella McCartney e Alexander McQueen.
Para dar conta do recado, a empresa criou um Departamento de Sustentabilidade que, em 4 anos de gestão, acabou com o uso de PVC em 99,8% dos produtos, criou uma biblioteca textil com tecidos de fontes sustentáveis, já reduziu em mais de 20% o uso de água e utiliza energia renovável em pelo menos 25% da produção.
A própria Stella McCartney é pioneira quando o assunto é sustentabilidade no mundo da moda. A marca, que é vegetariana, só cria produtos com matérias-primas sustentáveis, como nylon, algodão orgânico e os fios de poliéster reciclado.
Ahlma só usa matéria-prima já existente
A Ahlma não produz nenhuma matéria-prima, seja para a criação de produtos ou para as novas criações. A marca carioca tem como DNA o uso exclusivo de matérias-primas já existentes.
A marca pertence à Reserva, que reúne projetos voltados para a sustentabilidade na moda em vários aspectos. Conheça algumas das iniciativas da empresa:
Auditoria nos processos de produção dos fornecedores contra trabalho escravo e infantil e pelo respeito à produção amiga do meio ambiente;
- Doação de 5 pratos de comida a cada peça vendida através do Banco de Alimentos;
- Entregas feitas por bicicletas sempre que possível no Rio de Janeiro;
- Contratação de pessoas acima de 50 anos nas lojas;
- Doação de peças para bazares beneficentes;
- Opção por 95% da produção feita no Brasil;
- Estampas ligadas aos Direitos Humanos;
- Linha 100% em algodão reciclado;
- Doação de mudas de árvores, etc.
São muitas as iniciativas possíveis para tornar sua marca mais sustentável e transformar o mundo da moda mais amiga do meio ambiente.
Além disso, não faltam inspirações de empresas de todos os tamanhos, lugares e nichos. Cabe ao estilista escolher como quer colaborar para se alinhar ao novo perfil de consumidor e ajudar a tornar o planeta mais saudável.
Aproveite e descubra mais sobre sustentabilidade conhecendo as tendências de moda e o uso de materiais que não prejudicam o meio ambiente!
