Azul, rosa, vermelho, amarelo, verde! Todas as cores do mundo não definem a complexidade do ser humano. A moda agênero é um reflexo social, que defende as roupas de gênero neutro – um movimento que cresce a favor das modelagens únicas e o uso de qualquer cor, por qualquer um.
Movimento, conceito, tendência, macrotendência. Os termos são tão falhos quanto o uso de uma cor para definir se alguém é feminino, masculino ou se não se sente como nenhum dos dois.
Como meio de expressão, a moda luta por liberdade, pelo direito de se comunicar da forma que quiser, sem rótulos nem ideias preconcebidas.
Ao que tudo indica, a evolução da moda agênero veio para ficar. Ela cresce, se consolida, ganha espaços. Nas lojas de departamento, coleções cápsula mostram que a falta de rótulo é o natural.
A identificação se forma pelo design, tamanho, toque, olhar – e pela cor que se quer usar só porque quer, porque pode. A moda ensina a resiliência, o poder de ser quem se quer, da forma que quiser e na hora que estiver a fim.
Moda agênero: feita para o ser humano, seja quem for
A moda agênero é feita para o ser humano e ponto. O homem pode vestir saia, andar de rosa, escolher estampa floral, se arrumar, se cuidar, se amar. Mulheres usando calças folgadas e camisas largas não são menos femininas porque não estão com a cintura marcada ou com o rosto cheio de maquiagem.
A evolução da sociedade se dá de tempos em tempos. Às vezes aos tropeções, às vezes com retrocessos, mas a grosso modo não nada contra a corrente. E a corrente da genderless (no original, em inglês), está cada vez mais forte.
As calças boyfriend, por exemplo, foram o início da moda agênero, mas a discussão vai além. Afinal, será que é mesmo preciso se apropriar do guarda-roupa do outro, criar nomes e termos, para escolher e comprar o que agrada? Não deve bastar gostar do que vê, criar identidade com a peça e se sentir confortável no uso? É mesmo necessário haver coleções de moda distintas?
Moda agênero não é unissex
Ao contrário do que muitos pensam, a moda agênero não é uma tendência passageira, mas o futuro do setor.
As grandes empresas parecem ter entendido isso – e as apostas não param. Marcas de peso no Brasil e no mundo afora já colocam as fichas na moda agênero.
Mas a verdade é que os conceitos ainda parecem não estar bem definidos ou não são tão fáceis de aplicar.
Se azul e rosa já não ditam padrões de feminino e masculino, por outro lado nem tudo é preto no branco – e de vez em quando os assuntos se misturam.
Zara e C&A, por exemplo, lançaram suas coleções sem gênero e acabaram criticadas por não terem saído das peças unissex.
E essa é uma questão interessante, porque as roupas unissex são criadas para serem usadas tanto por homens quanto por mulheres. Já as sem gênero não definem se a roupa é feminina ou masculina, quebrando esse padrão.
Discussão antiga
Apesar de a moda sem gênero estar ganhando força, na verdade a discussão não é de hoje. De acordo com o Instituto by Brasil, uma ONG de pesquisa em moda, tudo teria começado em 1920, quando Coco Chanel, pela primeira vez, introduziu peças exclusivamente masculinas em um desfile.
Desde então o assunto tem estado em pauta nas passarelas, mas só ganhou relevância com a aceleração da tendência de descaracterização dos gêneros na sociedade.
Há cinco anos, por exemplo, um desfile da Gucci, assinado por Alexandro Michele, promoveu uma verdadeira fusão entre guarda-roupas masculinos e femininos, com ternos floridos e babados em alfaiataria, por exemplo. Só que a estética andrógina não agradou, porque também não foi considerada sem gênero.
Exemplo bem sucedido
Um exemplo bem sucedido de moda agênero é o da marca Lona, que, segundo a empresa, cultiva “a linguagem do necessário”.
Partindo da estética do mínimo, a marca busca agradar qualquer consumidor. Independentemente de ser feminino ou masculino, a partir de peças práticas e versáteis, sem demarcar estações e com o lançamento de modelos que seguem os já existentes, o movimento criativo contínuo que também se identifica com a moda circular.
Assim, o importante na moda sem gênero é quebrar estereótipos, ser neutra, com modelagem para todos os tipos de corpos, onde o consumidor, que compra e usa, é quem dita qual gênero ele pertence.
O processo não é rápido e nem fácil, mas cada vez mais o mundo da moda parece estar próximo de conseguir priorizar o bem-estar e deixar de lado o gênero.
É você, o que acha da moda sem gênero? Nos conte a sua opinião a respeito e continue acompanhando as novidades do nosso Blog!