Se os millennials (geração nascida entre 1981 a 1999) já eram considerados uma geração conectada, o que dizer da geração Z, essa galerinha nascida de 1996 a 2010? Não chega a ser uma grande exagero a alegoria de que já nasceram com um celular mandando mensagem. Afinal, é a primeira geração nativa digital – e isso quer dizer muita coisa.
Para começar, a geração Z é hoje apontada como um dos maiores públicos consumidores, apesar da idade. E isso porque eles vão mais além: são verdadeiros consultores de seus pais, com influência direta (e de peso) nas tomadas de decisão. E não é por insistência, mas por credibilidade.
O relatório “Consumer View”, realizado pela National Retail Federation, mostrou que para 87% dos pesquisados seus filhos influenciam suas compras. A pesquisa aponta ainda que pais e os filhos da geração Z compram juntos de várias maneiras, seja em lojas físicas ou on-line. E 80% disseram que desejam que os varejistas facilitem o envolvimento de seus filhos nas decisões de compra.
Tudo isso porque, segundo a pesquisa, a geração Z está mais naturalmente alinhada com o mundo digital. Por isso, também, são bem mais disruptivos. Podem produzir o mesmo conteúdo que consomem, acabando com a figura dos intermediários sem o menor problema. E sabem o que querem: qualidade de vida, trabalho que dê prazer, mas assegure um futuro confortável, saúde, sustentabilidade e tecnologia.
A geração Z parece tão “redondinha” que fica a pergunta: como então chamar a atenção desse povo que é considerado a geração mais influente de consumidores da história?
Encare o desafio de entender a geração Z
Antes de mais nada é preciso se despir de ideias preconcebidas e abrir o coração para entender a geração Z. Pode ser um desafio, mas vale a pena. A geração Z é cética, mas se preocupa com o meio ambiente e se preocupa com as mudanças climáticas. Sustentáveis, ecológicos?
Não, nada de rótulos, eles não cabem nessa geração que, no entanto, abraça todos eles. Mas como nasceram em plena crise global, se preocupam com o futuro.
A geraço Z é inclusiva, mas disruptiva. E não tem nenhum problema com seus pais, considerados âncoras emocionais. O sentimento e pertencimento, aliás, é forte, principalmente em relação à sua própria comunidade.
Comportamento on-line é nativo
A forma como se relacionam com a internet também merece atenção. Como nativos digitais, esses jovens entendem o mundo online e offline como uma só coisa. Já ouviu falar em phygital? Enquanto você busca o significado na internet, eles são phygital.
Por isso, se a ideia é chamar a atenção da geração Z pelos canais digitais, seja rápido: você tem 8 segundos. Para comparar, os millennials conseguem se prender por 20s em um conteúdo digital. Dessa forma, os feeds também não são muito a praia, seja Twitter, Instagram e muito menos o velho Facebook (agora Meta). Os aplicativos de mensagem, como o WhatsApp, são muito mais ágeis. Aposte nos chats.
Mas a geração Z é mobile first. Ou seja, muito mais propensa a comprar pelo celular, segundo pesquisa do hub Popsugar. A plataforma agrega milhares de varejistas em um só lugar. E aí, acertou em cheio, porque a geração Z não gosta de ir de loja em loja – seja física ou virtual. A ideia é visitar um monte de uma só vez comprando produtos variados com três cliques.
Então como fazer a comunicação funcionar?
Se você ficou com a sensação de que precisa se reinventar então está no caminho certo. A geração Z é única, inédita e, de uma certa forma, muito transparente. E cobra essa transparência das marcas, esse sentimento de comunidade e de união em torno de causas que tornem o futuro melhor. Mas sem sentimentalismo, por favor.
A geração Z gosta de dialogar, papo reto, rápido, sem firula. Gosta de saber que a marca da qual consome tem os mesmos valores, mesmas causas. Então mostre quais são de forma clara e, sempre, personalizada. Sim, eles são exigentes e com um padrão elevadíssimo de avaliação.
O que nos leva a um modismo das redes sociais que a geração Z não dá a menor bola: as celebridades. Se o seu foco são os Z, pode economizar dinheiro. Não se prendem a famosos, atores favoritos ou cantores.
Gostam de gente real e o gênero não faz a menor diferença. Valorizam a moda para todos, os modelos oversized, a inclusão, a autenticidade. Não importa quem você é, contanto que seja alguém bom.
Para a geração Z, a moda é uma extensão de seus valores – então querem saber a origem dos produtos, testes, matéria-prima. E por falar em extensão, nada de interrupção. Gostam da sensação de pertencimento – inclusive na estratégia de comunicação.
Tudo deve ter um senso de continuidade, sem atrapalhar seus hábitos e consumo. Ou seja, publicidade e conteúdo inbound devem estar muito bem integrados. Em vez de um famoso qualquer, uma história genuína com alguém envolvido no processo de criação tem mais relevância.
Mantenha uma relação próxima, realista, contínua e transparente, agregando valores reais à marca e vai conseguir entrar no fantástico mundo da geração Z. Tem tudo para ser compensador.