Efeito Tie Dye: das passarelas ao do it yourself

Efeito Tie Dye: das passarelas ao do it yourself

Apesar de ter ganhado força durante o movimento hippie americano entre as décadas de 60 e 70, o efeito tie dye — que na tradução literal significa “amarrar e tingir” — teve origem há muito mais tempo.

A técnica de tingimento possui registros entre os séculos VI e IX em países africanos, asiáticos e latinos.

Conforme a cultura da região onde é feito, o tie dye pode apresentar efeitos distintos.

De acordo com a forma de torção, dobra e amarração dos tecidos, o tie dye feito na Índia terá um visual diferente de um feito no Japão, por exemplo.

Efeito Tie Dye: das passarelas ao do it yourself | Haco

Fonte: WGSN

Outra curiosidade interessante é que, justamente pela sua forma irregular e “incontrolável” sobre o tecido, o tie dye tornou-se um símbolo da liberdade de expressão, forte premissa do movimento hippie.

Efeito Tie Dye: das passarelas ao do it yourself | Haco

Fonte: WGSN / GETTY IMAGES

Após esta fase, teve um retorno expressivo na década de 90, por meio do movimento punk. Menos colorido e com visual mais agressivo, em peças jeans e estonadas, a versão repaginada da técnica começou a chegar então às passarelas de grandes marcas.

A volta do Tie Dye e sua ascendência durante o isolamento social

Podemos observar o retorno intenso do tie dye em 2020. O gráfico abaixo, extraído do Google Trends, aponta o volume de pesquisas realizadas no Google pelo termo “tie dye”, no Brasil, nos últimos 12 meses.

Note que a curva começa a subir no final de abril/início de maio, e vem crescendo exponencialmente desde então:

Efeito Tie Dye: das passarelas ao do it yourself | Haco

Fonte: Google Trends (pesquisa realizada em 22/07/2020)

Das passarelas ao “do it yourself“, o tie dye vem dominando o cenário, inspirando desde estilistas até os consumidores finais, que querem por a mão na massa e personalizar suas próprias peças de roupas.

As roupas ganham mais cor, vida e personalidade

T-shirts, moletons, acessórios e até maquiagens e nail arts ganham cor e vida através da técnica, que traz também um forte apelo artesanal.

O período do isolamento social despertou o sentimento de reinvenção nas pessoas. De dentro de suas casas, os consumidores estão em um momento de explorar tarefas manuais, reaproveitar o que já tem no guarda-roupa e trazer uma nova cara para suas peças.

Neste anseio do “faça você mesmo”, as pessoas procuram também por recursos naturais de tingimento — como açafrão, repolho, hibisco, entre outros.

Efeito Tie Dye: das passarelas ao do it yourself | Haco

Fonte: Instagram (@hayleyhaspel)

A diferença destes tingimentos para os industrializados, é que eles ficam mais leves e sutis – traduzindo outro sentimento do atual consumidor: a necessidade da calma, do respiro, da conexão com a natureza e a desaceleração.

E o tie dye se encaixa de forma perfeita neste desejo. Pois é simples, sem preocupações com a perfeição, mas cheio de personalidade!

Aproveitando este comportamento, grifes e lojas de departamento também estão trazendo suas versões de tie dye, explorando este símbolo de liberdade, criatividade e até da luta social que vivemos no atual contexto político.

Efeito Tie Dye: das passarelas ao do it yourself | Haco

Fonte: WGSN

Feito em casa, de forma natural, ou da sua marca preferida – o tie dye está por todos os lados. Como expressão de moda, recarrega as nossas energias para passarmos por esta fase sem perdermos a capacidade de criação e imaginação. O que, no final das contas, nos move.

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