A geração Z está moldando o futuro da moda com base em referências da cultura pop, comportamento digital e expressões autênticas de identidade.
Nascidos em um mundo hiperconectado, esses jovens entre 12 e 27 anos não apenas consomem conteúdo, eles o transformam em linguagem visual, estilo e atitude.
De séries internacionais a movimentos estéticos nas redes sociais, tudo vira tendência no guarda-roupa dessa geração.
Séries que viraram vitrines de estilo para a geração Z
Um dos maiores exemplos é Euphoria (HBO), sucesso global desde 2019. A série não só causou impacto por sua abordagem intensa de temas como vício, ansiedade, identidade de gênero e sexualidade, mas também ditou uma estética marcante: maquiagens artísticas com glitter, delineados gráficos, brilhos, visuais provocativos e mix de estilos entre o streetwear e o clubwear.
Zendaya, Hunter Schafer e outros nomes do elenco se tornaram ícones fashion, dentro e fora das telas. As personagens influenciaram tanto as passarelas quanto os looks reais da geração Z, que passou a adotar mais liberdade, ousadia e dramatização no vestir.
Na mesma linha, Heartstopper (Netflix), com sua narrativa LGBTQIA+ sensível e personagens carismáticos, impactou diretamente o modo como a geração Z enxerga e consome moda. Looks confortáveis, camisetas estampadas, suéteres vintage e calças mom jeans se tornaram símbolo de uma estética que valoriza autenticidade, inclusão e afeto.
TikTokers redefinindo o desejo por moda
O TikTok é uma das maiores vitrines da geração Z. Diferente das passarelas tradicionais, ali quem dita as regras são criadores como @wisdm, conhecido por sua estética streetwear genderless, e @benjikrol, que mistura vintage e artsy, com forte apelo visual e criativo.
Esses criadores não vendem apenas roupas, vendem comportamento, atitude e autenticidade.
A moda, no universo da geração Z, é fluida, divertida e feita para circular entre diferentes estéticas, muitas vezes no mesmo look.
Videoclipes como guias visuais da moda atual
A influência da música na moda nunca deixou de existir, mas com a geração Z, ela se intensificou.
Os videoclipes se tornaram verdadeiros catálogos de tendências. Rosalía, com seu visual que mistura flamenco, streetwear e elementos futuristas, inspira looks ousados e híbridos.
Billie Eilish, com seu estilo oversized e desafiador dos padrões, encoraja jovens a se vestirem com liberdade, sem seguir normas de gênero.
Já Dua Lipa aposta em uma estética retrô e sexy, que resgata a moda dos anos 2000 com uma pegada pop-glam.
Essas artistas expressam que estilo é uma extensão da personalidade, uma mensagem visual sobre quem você é.
Estéticas da geração Z: do “clean girl” ao “blokecore”
A moda da geração Z é marcada por microtendências que ganham nome, identidade e viralizam nas redes. Entre as mais populares estão:
Clean girl aesthetic: make leve, roupas neutras, cabelo penteado com gel e um ar de “acordei assim”. Inspirada em celebridades como Hailey Bieber, essa estética transmite sofisticação sem esforço.

Fonte: Pinterest
Blokecore: uma fusão entre o streetwear e o visual torcedor de futebol britânico dos anos 90. Camisas de time, jeans largos e tênis clássicos criam um visual despretensioso, porém cheio de atitude.

Fonte: Pinterest
Coquette aesthetic: resgata a feminilidade vintage com babados, laços, rendas e tons pastel. É um romantismo retrô que ganhou espaço entre os jovens nas redes, sempre acompanhado de referências a filmes como Maria Antonieta (2006) ou O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001).
Cada uma dessas estéticas representa não apenas uma escolha de roupa, mas uma forma de se posicionar no mundo — e isso é a cara da geração Z.
A moda como reflexo da identidade e do comportamento
O que diferencia o consumo de moda da geração Z é a consciência. Eles não se vestem apenas para seguir uma tendência, mas para comunicar algo: valores, emoções, visões de mundo.
O apego à representatividade, à sustentabilidade e à pluralidade estética é cada vez mais forte.
Essa geração valoriza marcas que se posicionam, criadores que mostram bastidores, influenciadores que são vulneráveis.
O desejo não está apenas no produto, mas na história que ele carrega e em como ele se encaixa na identidade do consumidor.
A moda é um espelho da cultura pop que move a geração Z
Mais do que nunca, moda e comportamento caminham lado a lado.
Para entender o que está nas vitrines e nas ruas, é preciso olhar para o que a geração Z está assistindo, ouvindo e criando.
Séries com representatividade, criadores que falam a linguagem do agora, músicas que ditam o tom emocional de uma geração. Tudo isso molda a forma como os jovens se vestem e se expressam.
A estética hoje é múltipla, fluida e democrática. E, como mostram os TikToks, os videoclipes e as séries queridinhas, a geração Z não quer apenas seguir tendências, quer reinventá-las à sua imagem.
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